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O cenário brasileiro em 2019 é favorável para o comércio exterior?

A Pluscargo fez uma análise das expectativas sobre o mercado de logística em 2019. Denis Tortolero, managing director da Pluscargo Brasil, mostra pontos positivos e negativos para comércio exterior no Brasil:

As eleições 2019 provocaram um turbilhão de emoções nos brasileiros, que se tornaram mais críticos e ativos no processo eleitoral. Agora chegou o momento de observar as movimentações da nova administração federal, que deve garantir o sucesso do país por meio de um forte investimento no comércio exterior.

A primeira medida concreta anunciada causou apreensão no mercado. O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços será extinto e vai se tornar uma secretaria do Ministério da Economia.

De acordo com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, a secretaria  de Competitividade e Produtividade entrará no lugar do que hoje é o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Também será criada a secretaria de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, que deve incorporar a Agência de Promoção das Exportações (Apex).

Comércio Exterior exige ações rápidas e constantes, sendo necessária uma equipe capacitada, forte e atuante, com foco em diminuir a burocracia e buscar inovação para o setor.

Algumas observações sobre as declarações dadas até o momento pelo futuro governo relacionadas às políticas de comércio exterior:

Pontos Positivos

Paulo Guedes já sinalizou que buscará “negociar com o mundo”. A inclinação para essas negociações é importante, pois o país possui baixa taxa de abertura nessa frente, o que diminui a dinâmica do setor de exportação.

Segundo um estudo da FGV, de 1995 a 2015, o número de países com os quais o Brasil possui acordo de livre comércio passou de 3 para apenas 9. No restante do mundo a média pulou de 6,3 para 19,3.

Uma maior aproximação com o comércio americano também pode garantir acordos bilaterais interessantes entre os dois países.

Outro ponto positivo é que a abertura comercial pretendida pelo futuro ministro da Economia prevê a redução unilateral de tarifas de importação de bens de capital, que é uma chance de importar máquinas para adequar linhas de produção à manufatura inteligente.

Incertezas

A colocação de que acordos com o Mercosul não é uma prioridade no novo governo pode não ser positiva para o Brasil, uma vez que os países do bloco são grandes compradores de produtos manufaturados, principalmente a Argentina. A declaração foi acompanhada de uma afirmação de que não será quebrado nenhum relacionamento anterior, mas é um ponto de atenção.

A relação comercial Brasil e China ainda é uma incógnita. O país asiático é um grande parceiro comercial e o assunto exige cuidados.

Para dar um exemplo da força chinesa na nossa balança comercial: a briga comercial travada entre Estados Unidos e China alterou o fluxo de comércio.  Com isso, as vendas nacionais de soja para a China subiram em 20% ante 2017.

Até outubro, as exportações  brasileiras já somaram US$ 199,1 bilhões. Se continuar nesse ritmo, a previsão é de que feche o ano acima de US$ 230 bilhões, maior patamar desde 2013.

Sou um eterno otimista e a expectativa é de que o Brasil retorne aos trilhos e tenha um novo ciclo de crescimento sustentável, planejado para dar ao país um papel de destaque na economia mundial. É um desejo e uma meta, que acredito ser compartilhada por todos os meus colegas do setor.

Veja aqui os demais texto da série:

O que os principais números do mercado falam sobre 2019 – Cassio Torres

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