Por Ecio Costa, professor e economista
Dados divulgados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) revelam uma
desaceleração significativa nas exportações da região, devido aos impactos contínuos
da pandemia da Covid-19. As exportações aumentaram 2,9% em relação ao mesmo
período do ano passado, porém, esse crescimento é consideravelmente menor em
comparação com os 16,4% registrados no primeiro trimestre de 2022.
Vários países apresentaram queda nas exportações, como Argentina (-17,9%), Bolívia
(-23,5%), Colômbia (-4,7%), Equador (-7,7%), Peru (-4,8%) e Venezuela (-20,2%). No
entanto, o Brasil conseguiu um aumento de 4,8% em suas exportações, embora
inferior ao impressionante crescimento de 19% registrado em 2022. O México também
apresentou um crescimento de 6,8%, mas abaixo dos 16,9% registrados no ano
anterior.
Além disso, o Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina, divulgado pela
FGV, caiu no segundo trimestre de 2023 de 73,4 pontos para 65,8 pontos entre o 1º
trimestre e o 2º trimestre de 2023, influenciado pela piora das avaliações sobre a
situação econômica atual. No sentido oposto, o Indicador que mede as expectativas
(IE) ganhou 10,2 pontos, subindo a 80,3 pontos, recuperando parte das perdas sofridas
no trimestre anterior.
Embora as expectativas tenham melhorado, ainda permanecem na zona desfavorável.
A falta de confiança na política econômica local é apontada como um dos principais
problemas para o crescimento econômico da região. A piora do clima econômico da
América Latina se reflete na revisão para baixo do crescimento do PIB em 2023, que
passou de 1,4% para 1,1% entre a Sondagem do 1º e do 2º trimestre de 2023.
A necessidade de impulsionar a recuperação econômica e superar os desafios
impostos pela pandemia é evidente. O BID destaca a importância de promover
políticas que estimulem o comércio exterior, diversifiquem as economias locais e
reduzam a dependência de setores vulneráveis a crises globais.
Os problemas mais relevantes apontados para o crescimento econômico na América
Latina incluem infraestrutura inadequada, corrupção, falta de inovação, aumento na
desigualdade de renda, falta de confiança na política econômica, falta de
competitividade internacional, barreiras legais e administrativas para investidores,
demanda insuficiente, falta de mão de obra qualificada, clima desfavorável para
investidores estrangeiros, instabilidade política e falta de capital.
No caso do Brasil, a infraestrutura inadequada, aumento da desigualdade de renda,
falta de competitividade internacional, demanda insuficiente, corrupção, falta de
inovação, falta de confiança na política econômica e falta de mão de obra qualificada
são os principais problemas identificados.
É essencial que os países da região adotem estratégias para enfrentar esses desafios,
promovendo políticas econômicas sólidas, investimentos em infraestrutura, estímulo à
inovação, diversificação da economia e fomento ao comércio exterior. Assim,
poderemos impulsionar a recuperação econômica e fortalecer a resiliência da América
Latina e Caribe frente às adversidades.