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As consequências do acidente no Canal de Suez para o comércio global

O Canal de Suez, localizado no Egito, é uma das principais travessias marítimas do mundo para o transporte de mercadorias e matérias-primas, oferecendo aos navios de carga uma rota entre a Ásia, o Oriente Médio e a Europa sem ter que contornar o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. Mais de 18.800 navios passaram pelo canal em 2020, o que representa uma média de 51,5 navios por dia.

Desde o dia 23/3, a passagem pelo canal foi bloqueada pelo cargueiro Ever Given, que encalhou devido a uma falha técnica. Após quase uma semana de esforços para tentar liberar a passagem, na tarde dessa segunda-feira, 29/03, o navio foi desencalhado. Com a passagem liberada, a partir de agora, as mais de 300 embarcações congestionadas poderão seguir viagem pelo canal. O resgate ocorreu após equipes de escavadores removerem cerca de 230 mil metros cúbicos de areia para fazer a embarcação voltar a flutuar.

Nos últimos meses, o transporte marítimo enfrenta um aumento nos custos do frete ao longo das rotas mais movimentadas do mundo devido a paralisações geradas pela pandemia e a escassez de contêineres de aço de 40 pés que movimentam o grosso das exportações mundiais. A travessia representa uma rota de cerca de 12% do comércio global.

A questão do petróleo

Dentro de quase uma semana de espera, cada dia que se passou teve um custo alto para empresas e países cujo comércio foi interrompido pelo congestionamento. O canal movimenta cerca de US $ 10 bilhões por dia em cargas. Isso significa que, nos próximos dias, o acidente também poderá provocar um aumento de preços para o consumidor.

Pelo menos 300 navios transportando combustível e cargas diversas estavam esperando para passar pela hidrovia bloqueada, de acordo com autoridades que acompanham o caso. No caso do petróleo e do gás natural liquefeito, que utiliza o canal para permitir que remessas cheguem do Oriente Médio para a Europa, se o bloqueio permanecesse por mais alguns alguns dias, isso poderia impactar no preço e de forma mais prolongada.

No dia 24/3, devido às incertezas geradas, os preços mundiais do petróleo subiram mais de 6% após a suspensão do tráfego no canal. Agora, com a liberação do canal, a perspectiva é que o fluxo deva se normalizar em alguns dias e, até mesmo, meses. Algumas regiões podem sofrer com a ausência de insumos e aumento dos preços.

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