O aumento das exportações cresce na terceira semana de abril e balança comercial registra superávit de US$ 14,22 bilhões.
Devido ao novo “boom” das commodities – produtos considerados básicos, como petróleo, grãos e minério – no mercado internacional, o Brasil, provavelmente fechará este ano com as contas externas no azul, após um período de 14 anos.
O Banco Central enfatiza que, depois de um rombo de US$ 12,5 bilhões no ano passado, estima-se que o saldo positivo seja de US$ 2 bilhões em 2021, resultando no primeiro superávit desde 2007.
Apesar dos excelentes números do setor, os entraves gerados pela pandemia de coronavírus no Comércio Exterior ainda preocupam. A equipe de especialistas da Pluscargo preparou um resumo das principais notícias que impactam nas atividades de importação e exportação para o período do final de abril e início de maio. Acompanhe:
O acidente no Canal de Suez e os reflexos para o comércio global
Em março deste ano, o navio Ever Given, um dos maiores do mundo, encalhou no Canal de Suez, levando quase uma semana para que o cargueiro voltasse a flutuar. Mais de 350 navios estavam congestionados e, após cerca de 6 dias, o fluxo na travessia voltou a normalizar.
Ainda assim, após um mês do ocorrido, a situação segue delicada devido ao grande efeito cascata que o acidente provocou ao mercado de logística internacional. Portos e infraestruturas continuam a ter gargalos e, por causa disso, os atrasos no oceano provavelmente continuarão dentro e fora de locais de alta demanda.
O fornecimento de equipamentos e o reposicionamento destes contêneires, continuam sendo uma preocupação. Para diminuir ainda mais o impacto nas cadeias de suprimentos, devido as condições extraordinárias de mercado desencadeadas tanto pela pandemia global quanto pelo bloqueio de embarcações no Canal de Suez, os armadores têm acelerado na injeção de novos containers Dry em suas frotas. Ao final do segundo trimestre, é possível ter mais TEUS disponíveis no mercado.
Ao longo desse processo, as demandas estão sendo trabalhadas de maneira individual.
Setor aéreo
Relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgado no início de abril informa que a demanda de carga aérea mundial aumentou 9% em fevereiro em relação aos níveis pré-pandemia.
No Brasil, os dois principais aeroportos cargueiros (Guarulhos e Viracopos) convivem com movimentos de alta neste início de 2021. Guarulhos atingiu 12.300 toneladas em fevereiro, em seu último anúncio. Já Viracopos, em Campinas (SP), registrou seu segundo maior mês de março da história na exportação, com mais de 9 mil toneladas movimentadas.
Em um momento de fronteiras com o Brasil fechada e o número de vôos de passageiros reduzidos, exclui-se a possibilidade de utilização do porão de voos de passageiros para carga.
Com isso, esgotam-se os espaços nos aviões cargueiros rapidamente e os preços para os embarques dispararam.
O anúncio do aumento do orçamento do governo brasileiro para compras de vacina, medicamentos e insumos para o kit intubação, além da ampliação de leitos de UTI para o próximo mês, indica que a competição por espaço continue nas companhias aéreas.
Mesmo com a retomada de voos para o Brasil anunciada pelas companhias aéreas europeias, ainda se espera oscilação nos fretes e competição por espaço.
Setor marítimo
No transporte marítimo, a ausência de contêineres ainda é uma realidade. Grande parte dessa situação ainda é reflexo do encalhamento do navio Ever Given, que ficou encalhado por quase uma semana no Canal de Suez, uma das maiores travessias para comércio global do mundo.
Na Europa e Ásia, a situação crítica demanda conhecimento da realidade em cada país. Veja os principais destaques:
China
Os espaços nos navios estão restritos. Os fretes estão em níveis equílibrados com alguma variação de aumento, dependendo da localização do embarque, da quantidade e tipo de contêineres e peso.
Enfrenta-se também, além da falta de espaço e equipamento, um grande atraso nas saídas dos navios, bem como congestionamento nos portos. Um dos motivos dos atrasos foi o exercício militar na China , que ocorreu ainda em abril.
Índia
Estoque e espaço, atualmente, são um desafio para a maioria das operadoras. Em relação à pandemia, os casos de covid-19 estão aumentando dia a dia, principalmente em Maharashtra e Nova Deli.
Alguns armadores não estão aceitando embarque para a costa oeste da América do Sul, devido ao espaço e estoque e carteira no ponto de transbordo. Os espaços com a maioria dos armadores estão realmente muito preocupantes.
Portugal
A justificativa oficial para o aumento dos fretes e sobretaxas é resultante da grande procura e da escassez de equipamentos.
Itália
A situação é pior do que nos primeiros dias de abril, devido ao fato de as transportadoras estarem com problemas por falta de equipamentos e vazios disponíveis.
As taxas estão aumentando também para o mês de maio, e a partir de 15/05, é esperado novos aumentos.
Espanha
A pandemia no país está controlada. Mesmo com a quarta onda de contaminação, o ritmo de vacinação está aumentando a cada semana.
Nesse cenário, a situação de transporte está piorando a cada semana, com enormes problemas para encontrar espaço e equipamentos, que junto com as taxas de frete aéreo tornam-se uma combinação difícil. Os departamentos, principalmente os de FCL, são obrigados a fazer um esforço extra. As transportadoras levam um tempo maior para verificar novas reservas e algumas delas levam quase uma semana apenas para rejeitar reservas, forçando a iniciar o processo novamente.
A obrigação hoje é tentar garantir o serviço sendo a tarifa secundária nas prioridades. As companhias marítimas priorizam a contribuição do frete em seus navios e as taxas mais altas garantem espaço em frente às taxas baixas negociadas.
Turquia
Atualmente, os principais problemas são a falta de espaço e equipamentos que ainda continuam.
Você também pode escutar esse conteúdo no Spotify: