O transporte de carga, incluindo modais marítimo e aéreo, afirmam que a demanda global está crescendo em direção a um pico sazonal que pode superar o do ano passado, à medida que mais consumidores compram online para superar as restrições ao coronavírus, de acordo com informações da Bloomberg.
No geral, os volumes de movimentação de contêineres podem cair apenas 2% em 2020 em comparação com as previsões iniciais de especialistas do setor de uma queda de 15%, de acordo com especialistas.
A tendência é que o mercado permaneça forte o Ano Novo Chinês, em meados de fevereiro.
Um indicador será as compras de Natal online. Em alguns países, como o Reino Unido, as vendas online podem ultrapassar as lojas físicas pela primeira vez, de acordo com uma pesquisa publicada no mês passado pela empresa de entregas ParcelHero.
Enquanto isso, os transportadores estão lutando contra a escassez de contêineres na Ásia e os portos de outras regiões estão congestionados com mercadorias aguardando o embarque nos terminais.
A capacidade de carga aérea também está próxima do topo, com muitos aviões cargueiros sendo retirados da aposentadoria para compensar a perda de espaço para passageiros. Uma transportadora até reintegrou um 747-200F, um modelo entregue pela primeira vez em 1972.
A preocupação agora é sobre a queda dessa demanda no longo prazo, à medida que o crescimento econômico global enfraquece na esteira da crise da saúde, reduzindo os gastos do consumidor.
O cenário para as empresas de transporte rodoviário também permanece incerto, de acordo com a União Internacional de Transporte Rodoviário, com perdas globais chegando a 679 bilhões de dólares. A situação é mais aguda na Europa, onde novos casos de vírus estão em níveis recordes.
Escalas de navios contêineres nos portos brasileiros caem 5,6% em outubro
A pandemia do coronavírus causou diversos impactos sobre a economia. Os menores níveis de atividades nas indústrias e de consumo nas famílias resultam na diminuição das importações via portos.
Em outubro, as escalas de navios contêineres nos portos brasileiros chegaram a 506, 5,6% a menos do que o mesmo mês em 2019. Dessas escalas, 167 chegaram ao Porto de Santos, 7,2% a menos do que em outubro de 2019.
Apesar disso, houve crescimento de 6,6% nas escalas de navios em relação a setembro de 2020. Em Santos, o crescimento foi de 9,15%, o que mostra uma recuperação da atividade.
No comparativo de janeiro a outubro de 2019 a 2020, o resultado ainda é negativo, com queda de 4,1% no número de escalas. De acordo com estudo DataLiner da Datamar, apenas quatro dos dezoito portos brasileiros analisados obtiveram resultados positivos. Em Santos, a queda foi de 5,5%.
O Porto de Itaqui teve um crescimento de 460%, porém devido ao período de teste para um serviço regular realizado entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020.
Desempenho do Porto de Santos
A Agência Nacional de Transportes (Antaq) e a SPA, autoridade portuária de Santos, acreditam que a queda observada nas escalas de navios contêineres no Porto de Santos sejam exclusivamente conjunturais, devido aos efeitos adversos da pandemia de covid-19, e não fatores estruturais de longo prazo.
“Lembremos que o surto de Covid-19 no Brasil teve início no estado de São Paulo, o que levou o governo estadual a imediatamente adotar fortes medidas restritivas à circulação de pessoas, ao funcionamento do comércio e serviços, e exigindo cuidados redobrados no funcionamento das indústrias”, disse a Antaq, em nota.
“É a conjuntura. Quando você pega os dados do porto em exportação e importação, vê que, normalmente, exporta 70% e importa 30% das cargas movimentadas. Mas hoje ele está fazendo 74% de exportação e 26% de importação, e isso é fruto da conjuntura”, explicou Marcelo Ribeiro, diretor de operações da SPA.
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