A partir do segundo semestre deste ano, o Governo Federal planeja colocar em prática um novo sistema de processamento de importações nos aeroportos do país. Hoje, todo o processamento burocrático das importações que chegam pelos aeroportos é manual e uma nova ferramenta tecnológica fará com que o trabalho seja completamente automatizado, reduzindo de sete para dois dias, o tempo gasto na liberação das mercadorias.
Em entrevista concedida ao Valor Econômico, o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, afirma que “isso representa economia no custo de oportunidade da carga parada e do custo de armazenamento”. Essa melhora as condições para o Brasil integrar cadeias globais de produção e ajuda o país a se consolidar com um “humb” logístico para a América do Sul.
As importações aéreas são de produtos de alto valor agregado e, em termos de volume, representam de 10% a 15% das compras brasileiras no exterior. Porém, considerando o valor das mercadorias, podem chegar a 40%.
Com uma logística mais rápida, as empresas brasileiras poderão integrar cadeias internacionais nas quais as etapas de produção de um bem ocorrem em diferentes países. Atualmente, com o processamento tomando sete dias em média, há risco de a produção ficar parada ou atrasar, o que torna o Brasil menos atrativo para esse tipo de negócio.
O comércio internacional via aeroportos cresce 2,5 mais do que o marítimo, indicando a importância cada vez mais do tempo gasto nas transações comerciais.
A automatização do desembaraço aduaneiro das compras via aérea é umas das fases da implantação do Portal Único do Comércio Exterior, uma “janela única” no qual as empresas podem cumprir todas as etapas burocráticas das exportações e importações.
De acordo com a programação do Governo Federal, até o fim do ano que vem, o módulo de importação do Portal Único do Comércio Exterior estará completo.
Informações divulgadas pelo Valor Econômico