Diversos setores da economia estão sendo impactados pela alta do frete internacional que aumentou em mais de 200% nos últimos meses.
O frete de contêineres no trecho China x Brasil (Porto de Santos) que girava em torno de US$ 2.500 (R$ 12,9 mil) chegou a patamares até 4 vezes maiores que esse valor, de acordo com dados do Shanghai Containerized Freight Index.
Por conta do desabastecimento da cadeia produtiva registrado neste ano, em função da pandemia de Covid-19, o preço do frete marítimo diminuiu no 2º trimestre de 2020, mas quando voltou a subir, não parou mais.
De acordo com especialistas do setor, o transporte marítimo de contêineres está sob forte pressão por esse aumento de preços, por conta do impacto combinado sobre os sistemas de logística com capacidade reduzida, devido ao aumento de números de funcionários infectados pelo coronavírus, quarentenas e regras de distanciamento social, somados à disparada na demanda do consumidor e transtornos na produção industrial causados pelas quarentenas.
Com a previsão da pandemia ainda em crescimento em vários países no início de 2021, é previsto que no primeiro semestre a cadeia logística ainda seja muito afetada ao redor do mundo, o que deve continuar provocando a falta de contêineres e a alta do preço do frete, que vai impactar importadores e exportadores em todo mundo.
A pressão para a devolução dos contêineres
No início de dezembro, o mercado trabalhava com a expectativa de melhora na situação do transporte marítimo internacional de mercadorias após o Ano Chinês, que em 2021 será de 11 a 17 de fevereiro.
O que se observa no início de janeiro é que, com o anúncio de navios extras para suprir a demanda, já há rumores de quedas nos fretes para janeiro.
Enquanto isso, para pressionar o importador a devolver os contêineres aos países de origem o mais rápido possível, os armadores estão reduzindo os dias livres de estadia de contêineres.
O mercado segue observando para saber se essa medida vai trazer reduções efetivas.
O aumento na demanda é uma realidade global e vai continuar impactando o cenário global de logística?
O mercado está dividido entre opiniões pessimistas e otimistas em relação a situação.
Alan Murphy, CEO da provedora de dados e análise Sea-Intelligence, acredita que os problemas de transporte de cargas devem diminuir no primeiro semestre de 2021. Ele também aposta que a força da demanda por produtos provavelmente não se sustentará se as vacinas contra a covid-19 permitirem que consumidores voltem rapidamente a gastar com serviços como viagens e hospitalidade.
Já o analista do Deutsche Bank, Amit Mehrotra, acredita que as vendas de produtos devem se manter elevadas, mesmo no cenário de vacinas amplamente distribuídas. À medida que a incerteza econômica diminuiu, é possível que haja uma incrível liberação de demanda reprimida.
Em 2021, a Pluscargo Brasil vai acompanhar bem de perto essa movimentação e as tendências do mercado para trazer novas informações que ajudam a tomar melhores decisões de negócios em tempos de mudanças rápidas.
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