Diante da segunda onda da pandemia de coronavírus, as restrições na Europa têm aumentado.
O comércio exterior ainda não está sendo afetado diretamente como ocorreu na primeira onda. Há maior preparo dos países com relação a condições de trabalho e controle sanitário.
Não houve, como no começo do ano, fechamento de portos e fábricas de exportadores. Porém, a atividade portuária vem sendo afetada por congestionamento em alguns portos e, principalmente, pela falta de equipamentos, resultado da escassez de contêineres na China.
Na França, por exemplo, a demora para se conseguir equipamentos pode chegar a duas ou três semanas e, na Espanha, a disponibilidade dos vazios com alguns armadores está prevista apenas para o final de novembro.
O cenário espanhol ainda conta com greves no conjunto de portos da região norte, que inclui Bilbao e Gijón, e condições climáticas desfavoráveis, que se tornaram um problema adicional. Nos portos mediterrâneos de Valência e Barcelona, a demanda por tráfego de contêiner aumentou drasticamente nas últimas semanas, subindo mais de 100% em comparação a outubro.
Em suma, a estagnação da recuperação do comércio exterior não ocorreu por causa da falta de demanda, mas por efeito da falta de motoristas, equipamentos e espaço.
“A maior questão agora é evitar um desabastecimento ainda maior ocasionado já desde a primeira onda. A busca de alternativas tem sido cada vez mais necessária, repensar sobre cadeias globais de suprimentos e a excessiva dependência da China. Entender as variáveis de cada decisão, fazer a gestão de riscos envolvidos entre esperar por exemplo por uma redução de custo de frete, e ficar sem estoque. Se a fábrica para ou se têm multa envolvida por chegar depois de determinado prazo. É preciso identificar quais questões podem ameaçar o seu negócio’’, explicou Simone Rodrigues, da Pluscargo.
Restrições nos países europeus
As restrições na segunda onda de covid-19 na Europa têm sido mais brandas do que na primeira.
A Alemanha tem empregado o termo “lockdown light”. A expressão significa que as atividades fundamentais continuam em funcionamento e sem mudanças tão bruscas quanto no começo do ano.
A Inglaterra estabeleceu um novo lockdown, inicialmente por um mês, porém com pouca previsão de interrupção nas atividades logísticas.
Em Portugal, mudanças, como toque de recolher noturno para limitar a atividade social e o contágio.
A Itália aplicou novas restrições às chamadas áreas vermelhas (Milão é uma dessas áreas). Nessas regiões, bares e restaurantes retornam à inatividade.
Nos portos mediterrâneos de Valência e Barcelona, a demanda por tráfego de contêiner aumentou drasticamente nas últimas semanas, subindo mais de 100% em comparação a outubro.
Por isso, companhias marítimas enfrentam dificuldades pela falta de espaço e equipamento e não se fala de previsão de normalidade pelos próximos 2 a 3 meses.
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